Um mesmo imóvel foi avaliado de formas diferentes com base na identidade racial do proprietário

O mesmo imóvel avaliado de forma diversa com base na identidade racial do proprietário. No dia 18/08/2022, o New York Times noticiou esse fato ocorrido em Baltimore, Estado de Maryland.

O professor universitário de história da Johns Hopkins University, Nathan Connolly e sua esposa Shani Mott, receberam um avaliador na casa deles com a expectativa de ter uma boa avaliação que possibilitasse o refinanciamento da hipoteca.

A casa foi adquirida em 2017 pelo preço de US$ 450.000,00 e, apesar de melhorias consideráveis que foram realizadas no imóvel, uma empresa de avaliação de Maryland atribuiu ao imóvel o valor de US$ 472.000,00. A partir dessa avaliação, o refinanciamento foi negado para o casal.

Meses após a primeira avaliação, ele contou com a ajuda de um colega, homem branco, também professor na Johns Hopkins University que se passou por proprietário da casa. A avaliação do imóvel passou para US$ 750.000,00.

O racismo imobiliário ficou evidente nessa situação. A titularidade de um imóvel por pessoas negras impacta negativamente na atribuição do seu valor pelo mercado.

Ainda que o imóvel de Nathan Connolly e sua esposa Shani Mott não esteja localizado em um bairro negro, este é um outro fator de desvalorização imobiliária da comunidade negra nos Estados Unidos. A formação dos bairros negros foi uma decorrência da segregação racial legalmente estabelecida.

Ao fazermos um paralelo com o Brasil, a desvalorização dos imóveis de propriedade das pessoas negras está relacionado com a sua localização periférica ou não pertencente a bairros considerados de alto padrão. A aquisição ou locação de imóveis por pessoas negras em locais valorizados pelo mercado, acaba acompanhada de situações de discriminação.

O acesso ao crédito imobiliário está ligado diretamente à renda e, ao considerarmos que dos 12 milhões de brasileiros desempregados no primeiro trimestre de 2022, 64% se declararam pretos e pardos (dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do IBGE), a maioria da população negra vivencia a falta de acesso ou um acesso com muita dificuldade.

Não por acaso, várias pessoas me marcaram no post sobre essa reportagem: o meu livro se dedica a tratar dos impactos das relações raciais brasileiras na aquisição da propriedade imobiliária, na ocupação do espaço urbano e na construção patrimonial da população negra.

Gostou desse conteúdo? Compartilhe!

Posts recentes

Prezado(a) Cliente,
Esperamos que esta mensagem o(a) encontre bem.

Gostaríamos de informar que identificamos uma tentativa de golpe ou fraude, na qual terceiros não autorizados estão entrando em contato com alguns de nossos clientes, utilizando indevidamente o nome é a identidade do escritório Anna Lyvia Ribeiro Advocacia.

Recentemente, alguns clientes receberam mensagens informando sobre a liberação de processos, solicitando dados pessoais e depósitos.

Queremos esclarecer que estas mensagens não foram enviadas por nossa equipe e que se tratam de uma ação fraudulenta.

Pedimos a sua máxima atenção e reforçamos que todas as comunicações oficiais do escritório são realizadas exclusivamente através do WhatsApp oficial, cujo número é (11) 93704-0585, telefone fixo (11) 2361-9954 e o e-mail: contato@annalyviaribeiro.com.br.

Não realizamos contatos telefônicos para solicitar informações pessoais ou financeiras. Caso receba mensagens suspeitas, entre em contato imediatamente conosco pelos canais oficiais mencionados acima para verificar a autenticidade.